Animais mais velhos do mundo em 2025
No reino animal, o tempo parece ter outro ritmo. Enquanto a maioria das espécies possui ciclos de vida curtos, algumas desafiam as expectativas da biologia e vivem muito além do que se imagina possível. A tartaruga Jonathan é o exemplo mais conhecido atualmente, mas ela não está sozinha. Diversos animais, terrestres e marinhos, possuem recordes de idade que impressionam cientistas e curiosos do mundo inteiro.
Neste artigo, você vai conhecer os animais mais longevos da atualidade e entender os fatores que os tornam tão duradouros.
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Jonathan: A tartaruga que viu quase dois séculos de história
Onde vive e como foi descoberta
Jonathan é uma tartaruga-gigante das Seychelles, nascida por volta de 1832. Ela vive desde o final do século XIX na ilha de Santa Helena, um território britânico no Atlântico Sul. Foi levada até lá como presente para o governador local e desde então tornou-se símbolo da região, onde habita os jardins da Plantation House, residência oficial do governo.
Reconhecimento mundial
Em 2019, Jonathan entrou oficialmente para o Guinness World Records como o animal terrestre vivo mais velho do planeta. Com 192 anos em 2024, ele não apenas sobreviveu a séculos de mudanças climáticas e sociais, mas continua ativo, mesmo com limitações como a perda da visão e do olfato.
Alimentação e cuidados especiais
Para manter sua saúde, Jonathan recebe diariamente uma alimentação cuidadosamente balanceada, incluindo frutas, vegetais e folhas. A equipe veterinária da ilha acompanha de perto suas condições, garantindo que ele permaneça confortável e saudável, mesmo em idade tão avançada.
Além de Jonathan: Conheça outros animais com vidas extremamente longas
O tubarão-da-Groenlândia: o vertebrado mais velho do planeta
Pouco conhecido do grande público, o tubarão-da-Groenlândia (Somniosus microcephalus) vive em águas frias do Ártico e Atlântico Norte. Estimativas científicas sugerem que alguns indivíduos podem atingir entre 400 e 500 anos. A idade é determinada por métodos que analisam o crescimento das lentes oculares, já que esses animais não têm estruturas ósseas que possibilitem contagem de anéis como nos peixes comuns.
O metabolismo extremamente lento e a vida em ambientes com pouca luz e temperatura constante são fatores que contribuem para sua impressionante longevidade.
Ming: o molusco que viveu mais de cinco séculos
Em 2006, pesquisadores descobriram, ao largo da Islândia, um molusco da espécie Arctica islandica que surpreendeu a comunidade científica. O animal, posteriormente batizado de Ming, foi datado em 507 anos. A descoberta só foi possível após sua morte durante o processo de coleta e estudo.
Apesar da perda, Ming serviu como um dos mais valiosos registros de vida longa entre os animais invertebrados.
Baleia-da-Groenlândia: gigante dos oceanos com mais de 200 anos
As baleias-da-Groenlândia (Balaena mysticetus) também se destacam pela longevidade. Alguns indivíduos analisados por meio de fragmentos de arpões antigos encontrados em seus corpos, somados a exames genéticos, indicam idades superiores a 200 anos.
Além de sua resistência ao frio, essas baleias possuem metabolismo lento e hábitos migratórios que evitam ambientes extremos e predadores, prolongando ainda mais suas vidas.
O que esses animais têm em comum?
Metabolismo lento
Animais com metabolismos mais lentos costumam ter ciclos celulares mais controlados, o que reduz o risco de danos ao DNA ao longo do tempo. Essa característica está presente em quase todos os recordistas de longevidade animal, como o tubarão-da-Groenlândia e a tartaruga Jonathan.
Ambientes estáveis e protegidos
Outro fator relevante é o habitat. Os animais que vivem em locais com pouca interferência humana e condições climáticas constantes tendem a viver mais. Jonathan, por exemplo, vive em uma área protegida há mais de 140 anos.
Genética resistente
A genética também desempenha papel importante. Certas espécies desenvolveram mecanismos de defesa celular altamente eficientes contra envelhecimento, doenças degenerativas e infecções. Pesquisas científicas buscam entender como esses genes podem influenciar a longevidade também em humanos.
A importância da longevidade animal para a ciência

O estudo de animais que vivem por séculos abre caminhos para avanços em diversas áreas, desde a biologia do envelhecimento até o desenvolvimento de tratamentos contra doenças. Cientistas usam exemplos como o do tubarão-da-Groenlândia para investigar como o tempo afeta tecidos, estruturas cerebrais e respostas imunológicas.
Além disso, a longevidade desses seres ajuda a contar a história do planeta: análises de conchas, ossos e tecidos podem indicar como o ambiente mudou ao longo dos séculos, contribuindo com dados para pesquisas sobre mudanças climáticas e conservação ambiental.
Curiosidades sobre longevidade animal
- Moluscos bivalves, como o Arctica islandica, crescem muito lentamente e podem viver séculos sem apresentar sinais evidentes de envelhecimento externo.
- Esponjas-marinhas em grandes profundidades podem viver milhares de anos, embora sejam raramente estudadas por conta da dificuldade de acesso.
- Corais de águas profundas também apresentam uma das maiores expectativas de vida do planeta, com algumas colônias datadas em mais de 4 mil anos.
Ameaças à sobrevivência de animais longevos
Embora sua resistência seja notável, muitos desses animais enfrentam ameaças crescentes. A pesca predatória, mudanças climáticas e poluição dos oceanos colocam em risco espécies como o tubarão-da-Groenlândia e a baleia-da-Groenlândia.
Mesmo animais protegidos por leis, como Jonathan, dependem da ação humana para garantir sua sobrevivência. O impacto ambiental e a perda de biodiversidade tornam urgente a preservação desses seres tão valiosos para o equilíbrio ecológico e para o conhecimento científico.
Considerações finais
A existência de animais que vivem séculos nos mostra que o tempo é relativo e que a natureza guarda mistérios ainda não completamente desvendados. Exemplares como Jonathan nos lembram que a vida pode ser longa, resiliente e inspiradora. E que cabe a nós preservar não apenas esses seres, mas também os ecossistemas que permitem sua longevidade extraordinária.
Com exemplos surpreendentes e histórias de resistência, os animais mais velhos do mundo desafiam os limites da biologia e continuam nos ensinando sobre paciência, adaptação e sobrevivência em um planeta em constante transformação.

