A jornada de Angie em Quilos Mortais: de 292 kg à transformação completa
O reality show Quilos Mortais é conhecido por trazer à tona histórias impactantes de pessoas que enfrentam a obesidade severa e lutam pela própria sobrevivência. Entre os muitos participantes que marcaram a audiência, Angie se destacou pela intensidade de sua trajetória. Com 292 quilos no início da sua participação, ela enfrentava sérias dificuldades de locomoção, problemas de saúde graves e um histórico emocional conturbado. Sua jornada é um exemplo de resiliência diante dos limites do corpo e da mente.
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Um retrato cru da luta contra a obesidade
Transmitido pela TLC, o programa mostra o cotidiano de pessoas com obesidade mórbida, frequentemente ultrapassando os 270 quilos. A proposta é acompanhar essas pessoas durante um ano em busca de reestruturação da saúde física e emocional, sempre com o suporte do médico especialista em cirurgia bariátrica, Dr. Younan Nowzaradan, mais conhecido como Dr. Now.
Durante os episódios, o público assiste a cada passo da mudança: desde a dieta inicial rigorosa, passando pelo acompanhamento psicológico, até, quando possível, a cirurgia de redução do estômago. A atração se destaca por não romantizar o processo e por expor com clareza os obstáculos emocionais e sociais envolvidos.
A vida de Angie antes do programa
Um histórico de traumas e compulsão alimentar
Angie, como muitos participantes do programa, carregava um passado difícil. Abusos emocionais e psicológicos, somados a perdas familiares, contribuíram para o desenvolvimento de uma relação destrutiva com a comida. Ao chegar aos 292 quilos, sua rotina era limitada a um espaço restrito dentro de casa, com dificuldades para se locomover, cuidar da própria higiene e realizar tarefas básicas.
O isolamento social também fazia parte de sua realidade. A autoestima fragilizada e a dependência de terceiros para atividades simples tornaram a vida de Angie cada vez mais difícil. Além das limitações físicas, ela enfrentava dores constantes, problemas respiratórios e mobilidade praticamente nula.
A decisão de buscar ajuda
Um pedido de socorro ao Dr. Now
Determinada a recuperar sua independência e melhorar sua saúde, Angie procurou a ajuda da equipe do Quilos Mortais. Sua participação no programa começou com uma longa viagem até Houston, no Texas, onde o Dr. Now mantém sua clínica especializada. Mesmo enfrentando dores intensas e medo do fracasso, ela decidiu encarar o desafio de frente.
Ao chegar à clínica, Angie foi submetida a uma avaliação detalhada. Os exames iniciais revelaram que sua saúde estava em estado crítico. Pressão arterial elevada, apneia do sono, diabetes e problemas nas articulações compunham o quadro clínico. Ainda assim, o médico foi claro: a mudança dependeria de esforço e disciplina.
O plano de reeducação imposto por Dr. Now

Mudança alimentar e rotina de controle
Dr. Now propôs a Angie uma dieta extremamente restrita, baseada em calorias controladas, baixo teor de gordura e ausência de alimentos processados. O objetivo era reduzir o peso suficiente para torná-la elegível à cirurgia bariátrica, procedimento que requer preparação física e mental.
Nos primeiros meses, Angie enfrentou dificuldades em seguir o plano. As recaídas foram frequentes, sobretudo devido às emoções mal resolvidas e à resistência em abrir mão dos antigos hábitos alimentares. No entanto, com o passar do tempo, ela começou a entender o impacto da mudança em sua vida e se comprometeu com o processo.
Apoio psicológico e enfrentamento de traumas
Parte fundamental do tratamento proposto por Dr. Now é o acompanhamento com terapeutas especializados em distúrbios alimentares e traumas emocionais. Angie passou por sessões intensas, nas quais abordou o luto por familiares perdidos, sentimentos de abandono e abusos vividos na infância. Esse processo de enfrentamento foi crucial para que ela compreendesse a raiz da sua compulsão alimentar.
Cirurgia e recuperação
Quando a balança começa a mostrar progresso
Após meses de adaptação e disciplina, Angie conseguiu perder o peso necessário para a cirurgia. A intervenção foi realizada com sucesso, e os primeiros dias de recuperação exigiram cuidados redobrados. O procedimento reduziu a capacidade do estômago, obrigando Angie a se alimentar em pequenas porções e redobrar a atenção com a nutrição.
Mesmo com a operação, o desafio não terminou. A perda de peso continuou exigindo vigilância constante, prática de exercícios físicos e manutenção de consultas regulares com a equipe médica.
A evolução visível no “depois”
Com o passar dos meses, Angie não apenas perdeu peso como também conquistou autonomia. A transformação física veio acompanhada de melhorias significativas na saúde emocional. Ela passou a se movimentar com mais facilidade, conseguiu se vestir sozinha e voltou a ter contato com pessoas próximas.
O “depois” apresentado no programa mostra uma mulher mais confiante, sorridente e determinada a continuar sua jornada de autoconhecimento e autocuidado. Embora a luta contra a obesidade seja constante, Angie se mostrou preparada para seguir com responsabilidade.
Impacto da história de Angie no público
Inspiração para outras pessoas
O episódio com Angie gerou grande repercussão entre os telespectadores, especialmente nas redes sociais. Muitos se identificaram com sua história e destacaram a importância de tratar a obesidade como uma condição complexa, que vai além da alimentação. Seu exemplo serviu como estímulo para outras pessoas que vivem com sobrepeso ou obesidade a buscarem ajuda profissional e a não desistirem.
A história de Angie também reforça o valor de uma abordagem multidisciplinar no tratamento da obesidade, que considera fatores emocionais, sociais e físicos, e não apenas o número na balança.
Considerações finais
A trajetória de Angie no programa Quilos Mortais é um retrato poderoso de superação e reconstrução pessoal. Enfrentar a obesidade mórbida exige mais do que força física — requer coragem para lidar com traumas, abrir mão de antigos padrões e aceitar ajuda. A transformação de Angie não se resume à aparência, mas a uma profunda reestruturação de vida, baseada em escolhas conscientes e suporte profissional.
O caso dela nos lembra que, mesmo diante de obstáculos aparentemente intransponíveis, é possível reescrever a própria história com determinação, apoio e disciplina.


