Sabe aquelas histórias que te deixam sem chão, de um jeito ruim e que incomodam e até arrancam uma lágrima de indignação? O caso envolvendo o filho adolescente de 17 anos da moradora de Itapetininga, São Paulo, Erivânia Moura, é um desses.
O jovem foi diagnosticado aos 6 anos com síndrome do cromossomo X frágil e toma calmantes para controlar suas crises e convulsões, conta a mãe ao G1. Ela alega que o filho, que estuda na Escola Estadual Jair Barth, vem sofrendo bullying constante dos colegas há algum tempo, justamente por causa de sua deficiência:
“Ele chegou há ficar três meses sem ir à escola depois que o fizeram comer terra. Soube também que um professor não o deixou ir a uma excursão escolar por causa da sua deficiência. Para uma mãe descobrir isso é algo revoltante”, desabafa. Ela também conta que já pediu transferência de escola por causa das agressões sofridas pelo filho, mas ainda não recebeu respostas. Além disso, o menino tem um atraso nos estudos e ainda não sabe ler ou escrever direito, por isso, a mãe pede por mais atenção e por um colégio melhor para ele.
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A última agressão foi o ápice para que Erivânia tomasse uma medida mais drástica. Segundo ela, o adolescente teria sido agredido com chutes e socos por duas meninas na escola e numa tentativa de se defender, acabou cortando a mão em um vidro. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado:
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“Elas vivem perturbando por causa da deficiência que ele tem. Neste dia, além de o agredirem, jogaram água e disseram que iam tacar fogo nele. Ele entrou em desespero, foi tentar se defender das agressões e acabou batendo no vidro onde cortou a mão. E isso é frequente. E se tivesse dado uma convulsão e ataque cardíaco no meu filho? O que elas iriam fazer?”, desabafa a mãe. Ela continua: “O que mais doí é imaginar ele caído no chão tentando se defender enquanto era agredido e o desespero ao imaginar que iriam atear fogo nele”.
Medidas legais:
Indignada, Erivânia registrou um boletim de ocorrência na última quinta-feira a respeito das agressões que o filho sofreu. De acordo com a delegada Leila Tardelli, da Delegacia de Defesa da Mulher, será instaurado um inquérito policial para investigar o caso.
“Já registramos o boletim de ocorrência e agora vamos identificar e ouvir as meninas. Elas podem responder por lesão corporal e por ser uma agressão a vulnerável pode qualificar o delito. E, se o adolescente ficar com alguma sequela, os pais das meninas também podem responder por danos morais, tendo que indenizar a vítima”, explica Leila.
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Posicionamento da escola:
A Diretoria de Ensino da Região de Itapetininga explicou, em nota, que o adolescente se desentendeu com as alunas e acabou se machucando ao ficar nervoso e dar um soco em uma janela. Por isso, o Samu foi chamado. Ela ainda explicou que o caso foi resolvido e que não houve bullying, que o menino foi tratado, assim como outros jovens com deficiência, na sala de recursos. À pedido da mãe, ela fez a transferência de escola.
Segundo informado pela Secretaria de Educação, como o menino sofre de TEA – Transtorno do Espectro Autista, o atendimento da escola é de acordo com as políticas de inclusão da Secretaria Estadual da Educação. Eles ainda alegaram que o jovem já recebe diversos tipos de apoios educacionais.
O caso precisa ser investigado, pois nenhuma pessoa merece ser discriminada por sua condição física ou psicológica e tem os direitos de uma educação de qualidade.
Foto: Reprodução/ TV TEM
Fonte: G1













