É diante da motivação de salvar uma vida que muitos médicos, que já são verdadeiros heróis, optam por se especializar e trabalhar na área de transplantes. Sob a circunstância de qualquer erro poder determinar o destino de um paciente, cada segundo, cada ação representam significativo impacto.
Tendo recém-completado 40 anos de idade, Marcelo é pai de duas crianças pequenas e foi agraciado com um casamento feliz e harmonioso com a esposa, Lidiane. Entretanto, assim como é cercado por dádivas, o rapaz também encara suas maldições. Marcelo é portador de uma doença grave e incurável, cuja expectativa de vida, no estado atual, não vai além de poucos meses.
Desesperadamente, a essa altura tudo o que conta para o pai de família é um fígado. O tempo de espera é agonizante. Sua vida está em jogo e a impotência em não poder fazer nada além de apenas aguardar por um milagre é devastadora.
No entanto, o milagre vem. Foram 45 longos dias.
No quarto de hospital, Marcelo é avisado que foi encontrado um fígado que será usado em seu transplante. À beira da morte, uma nova chance de recomeçar está prestes a se consolidar em sua vida. E é esse o combustível não apenas que salva uma vida, mas que move médicos como o Dr. Wellington Andraus, coordenador dos transplantes de fígado no Hospital das Clínicas de São Paulo e um dos quatro médicos responsáveis pelo primeiro transplante de útero da América Latina, realizado em setembro de 2016.
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Marcelo se emociona ao saber que há um fígado compatível para ser doado a ele
A experiência de Wellington é tão significativa que o centro médico se tornou uma verdadeira referência em transplantes de fígado. Enquanto lá 85% dos pacientes apresentam boa aceitação ao órgão recebido, no Brasil como um todo o mundo não ultrapassa a casa dos 72%.
E assim como Marcelo, uma outra história corre em um quarto de hospital.
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O Doutor Wellington Andraus, responsável pelo transplante de fígado de Marcelo
Dona Wilma, uma mulher simples de 53 anos, vive uma drama. Mãe de três filhos e avó de três netos, ela precisa de um transplante ainda mais grave que o de Marcelo. A ela, só uma novo coração pode salvar a vida. E seu tempo de espera é ainda mais drástico: desde 2013 ela aguarda. Para que sua vida seja salva, uma outra precisa ser perdida.
É triste? Independentemente de como soar, dito e feito.
Após quatro anos de espera, com as esperanças desvaídas, Wilma recebe uma ligação. Do outro lado da linha, a voz é do doutor Carlos Lavagnoli. Dedicado pai de família, o cirurgião põe a vida de seus pacientes acima da sua. É na madrugada, enquanto descansa de um dia corrido, que ele recebe a ligação de que um coração está disponível para a mulher. E é na manhã ainda escura, enquanto todos ainda repousam, que ele verifica de imediato todas as informações para garantir que o órgão poderá ser doado e para começar a mobilizar a equipe que o auxiliará no transplante.
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Acordado de seu sono, o Doutor Carlos Lavagnoli verifica durante a madrugada se o coração doado servirá para dona Wilma
Nessa hora, o sono não conta.
No Brasil, em 2016, mais de 43% das famílias que perderam um membro em razão de morte cerebral não autorizam que os órgãos sejam doados. O número equivale a mais de 2,5 mil famílias. E no mesmo ano, mais de duas mil pessoas não sobreviveram enquanto aguardavam na fila de um transplante. 82 delas eram crianças.
Para Marcelo e Wilma, o que antes era marcado por dramas e incertezas teve, enfim, um final feliz. Sob o comando dos doutores Wellington e Carlos, as cirurgias foram perfeitamente executadas. A competência dos médicos somada ao fortúnio de sua vez na fila de espera de órgãos chegar não salvaram apenas duas vidas, mas sim, duas famílias.
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Dona Wilma, emocionada, após o transplante ser concretizado
E se você quiser conferir toda a história dos pacientes e dos médicos, confira abaixo em matéria emocionante realizada pelo Fantástico. O final vai marcar o seu coração.

Avise a sua família que você deseja ser um doador de órgãos. Para alguns, a morte está longe de ser o fim.
Fotos: G1 / Fantástico


Marcelo se emociona ao saber que há um fígado compatível para ser doado a ele
O Doutor Wellington Andraus, responsável pelo transplante de fígado de Marcelo
Acordado de seu sono, o Doutor Carlos Lavagnoli verifica durante a madrugada se o coração doado servirá para dona Wilma
Dona Wilma, emocionada, após o transplante ser concretizado









