8 séries em que os coadjuvantes rouba a cena

Na ficção, nem sempre o protagonista é o personagem mais lembrado. Em muitas séries, coadjuvantes ganham tanta força que acabam tomando o centro das atenções, seja por carisma, complexidade emocional ou impacto narrativo. Esses personagens, inicialmente planejados como apoio à trama principal, acabam se tornando os verdadeiros destaques da história.

Neste artigo, reunimos oito séries em que o coadjuvante brilhou intensamente, deixando os protagonistas em segundo plano. E, claro, indicamos onde assistir cada uma delas nas principais plataformas de streaming.

Succession – Shiv Roy domina com sagacidade e ambição

Em “Succession”, Shiv Roy, filha do magnata da mídia Logan Roy, surge como um dos personagens mais intrigantes da disputa familiar por poder. Em um ambiente dominado por homens competitivos e egocêntricos, Shiv se impõe com inteligência, sarcasmo e estratégia. Ao longo das temporadas, sua ambição cresce, assim como sua vulnerabilidade emocional, o que a torna ainda mais complexa e imprevisível. O público passa a acompanhar sua trajetória com atenção, e muitos episódios giram em torno de suas decisões, dilemas e jogos políticos. Sua ascensão é uma das mais notáveis da série.

Onde assistir: HBO Max.

Fleabag – Claire rouba a atenção com poucas palavras e olhares

“Fleabag” é conhecida pelo humor ácido e vulnerabilidade da personagem-título, mas é Claire, sua irmã, quem surpreende por sua atuação contida e poderosa. Com poucas palavras e um olhar sempre tenso, Claire representa a pressão da vida adulta, das aparências e das escolhas difíceis. Sua relação com a protagonista é recheada de momentos de dor e ternura, criando uma das dinâmicas familiares mais reais da televisão recente. Claire é o tipo de personagem que diz muito com pouco, e sua presença constante, mesmo nos bastidores, se torna indispensável ao desenvolvimento emocional da série.

Onde assistir: Amazon Prime Video.

Ozark – Ruth Langmore cresce de figurante a força principal

Ruth Langmore começou como uma jovem impulsiva e agressiva que vivia em um parque de trailers no interior do Missouri. Porém, ao longo de “Ozark”, ela se transforma em uma das personagens mais brilhantes, inteligentes e trágicas da história. Sua capacidade de adaptação ao ambiente criminoso, sua lealdade seletiva e seu senso de justiça próprio a tornam uma figura fascinante. Ruth tem cenas de extrema carga emocional, diálogos memoráveis e uma presença magnética. A performance de Julia Garner, que recebeu diversos prêmios por esse papel, ajudou a consolidá-la como a verdadeira estrela da série em vários momentos.

Onde assistir: Netflix.

The Handmaid’s Tale – Serena Joy provoca amor e ódio em igual medida

Em “The Handmaid’s Tale”, Serena Joy, esposa de um dos comandantes do regime distópico de Gilead, é um exemplo clássico de personagem coadjuvante que ganha dimensões inesperadas. Inicialmente vista como cúmplice da opressão, Serena revela, ao longo da série, contradições profundas, dilemas morais e momentos de empatia. Seu arco de desenvolvimento é cheio de reviravoltas, que colocam a personagem entre as mais complexas da televisão atual. O público alterna entre raiva e compaixão por ela, e essa ambiguidade é justamente o que a torna tão marcante.

Onde assistir: Hulu (EUA) e Amazon Prime Video (Brasil).

Ted Lasso – Roy Kent vira fenômeno com cara feia e coração mole

Roy Kent é um dos maiores exemplos de coadjuvante que se torna protagonista emocional. Em “Ted Lasso”, ele surge como um ex-jogador rude e mal-humorado, mas rapidamente conquista os fãs com sua honestidade brutal, humor seco e momentos de vulnerabilidade. Sua jornada de transição de jogador para treinador assistente revela camadas emocionais surpreendentes. Roy representa a força emocional que equilibra o otimismo do treinador Ted Lasso. Não à toa, virou personagem queridinho do público, gerando memes, vídeos e discussões acaloradas nas redes sociais.

Onde assistir: Apple TV+.

Por que coadjuvantes ganham tanto destaque?

Existem vários fatores que ajudam personagens coadjuvantes a brilharem mais do que o protagonista. Um deles é o elemento da surpresa: como não são o centro da trama, suas ações não são previsíveis e, por isso, impactam mais. Além disso, muitos desses personagens passam por arcos de evolução mais claros e profundos, o que permite que o público acompanhe seu crescimento com mais envolvimento.

Outro fator importante é o talento dos atores. Em vários casos, a performance excepcional do intérprete eleva o personagem a um novo patamar, chamando a atenção da crítica e dos espectadores. Também há a questão da identificação: personagens secundários, muitas vezes, refletem emoções humanas mais cruas, reais e palpáveis do que os protagonistas idealizados.

Como identificar um bom coadjuvante?

Prestar atenção nos debates em redes sociais, fóruns e podcasts é uma boa forma de perceber quais personagens secundários estão causando impacto. Se um coadjuvante gera memes, comentários e homenagens mesmo sem estar no centro da trama, isso já é um sinal de destaque.

Outros indicativos incluem a presença em premiações (como Emmys de melhor ator ou atriz coadjuvante), evolução narrativa bem construída, frases icônicas e mudanças significativas ao longo das temporadas.

Considerações finais

Os coadjuvantes se tornaram parte essencial da nova era das séries. Longe de serem apenas suporte para os protagonistas, eles cresceram ao ponto de se tornarem os verdadeiros motivos pelos quais muitos continuam assistindo. Personagens como Ruth Langmore, Kim Wexler e Roy Kent conquistaram não apenas os roteiristas, mas também o coração do público. Essas oito séries mostram que, muitas vezes, os secundários são, na verdade, os verdadeiros protagonistas emocionais da história.