A situação precária em uma escola do Cruzeiro, no Distrito Federal, superou tudo nos últimos dias. Recentemente, um menino que mora no Paranoá Parque, um empreendimento do Minha Casa, Minha Vida, acabou desmaiando de fome.
Não há nenhum colégio público no local, o que obriga as crianças a percorrerem cerca de 30 quilômetros diariamente para estudar. “A gente chamou o Samu. Quando o Samu chegou e fez o atendimento, e viu que era fome, até o rapaz praticamente chorou”, conta Ana Carolina Costa, professora que dava aula para o menino.
“A gente se sentiu impotente. Como uma criança desmaia de fome?”

A Secretaria da Educação, segundo a TV Globo, chegou a lamentar o caso e revelou que não dá almoço para as crianças, pois não há ensino integral na escola. Por hora, a pasta disse que irá reavaliar o ocorrido.
Contudo, eles revelaram que dão um lanche para elas, que é basicamente bolacha e suco. O problema é que por conta do horário da aula, as crianças saem de casa as 11 horas e ficam durante o período de almoço dentro do ônibus. A grande maioria, com pouca renda, acaba indo com o estômago vazio.
Como era de se esperar, a reclamação de fome é constante. E como a maioria não almoça em casa, acaba contando com o lanche que será servido na escola, o qual não é o suficiente.

“Ficam dispersos, não prestam atenção. Eles falam: ‘tia, tô com fome.’ […] A escola faz o que pode, chama a família, o Conselho Tutelar, não é omissão da escola”, conta a professora.
Segundo a escola, o lanche é entregue as 15h30, durante o recreio. E quando o Samu perguntou para o menino que passou mal qual havia sido sua última refeição, a resposta foi triste: um prato de mingau de fubá, comido no dia anterior.
“O que a escola precisa é que seja ofertado um complemento. A gente não vai alimentar essas crianças com biscoito”, conta a professora Fabiane Rios.

Segundo o Sindicato dos Professores, “Já pedimos diversas vezes para oferecer almoço e lanche para essas crianças. Como elas vêm de muito longe, não dá para ficar só com o lanche parcial”, revela o diretor da entidade, Samuel Fernandes.
Para a mãe do garoto, a situação é realmente complicada para alimentar as crianças. “Quando tem arroz com feijão, alguma mistura, eu ponho para eles, mas quanto não tem, eles vêm com fome, porque eu confio que a escola tem o lanche. É difícil”, revela.
Além disso, há também o questionamento sobre a distância da escola. A pasta informou que há previsão de uma nova construção no Paranoá Parque e no Itapoã. Por enquanto, eles só esperam o dinheiro para colocar a obra em pé.
Fotos: Reprodução
Fonte: G1












