Peixe que respira fora d’água? Existe sim!
Estamos acostumados com a informação de que peixe não consegue respirar fora d’água, assim como nós não respiramos dentro dela. Mas, com a piramboia, essa informação é diferente. O animal aquático é semelhante a uma enguia de água doce e habita rios intermitentes na América do Sul.
O que a ajuda a sobreviver é justamente sua bexiga natatória. Esse órgão é capar de regular a densidade da piramboia em relação à água e a ajuda a nadar para o fundo ou para a superfície. Com isso, a bexiga é que faz esse peixe respirar em lugares secos.
Desta forma, quando os rios estão quase secos, as brânquias da piramboia interrompem a respiração subaquática, por não ter mais oxigênio, e se encolhem. Assim, uma única glândula faz com que o pouco oxigênio que ainda resta na corrente sanguínea siga para a bexiga natatória, que começa a inflar.
E como sobreviver depois?
O bicho sobe à superfície, abre a boca para ‘engolir’ todo o ar que consegue e sua estrutura nervosa filtra o oxigênio na bexiga, o levando para a corrente sanguínea. Após isso, o gás carbônico é expelido. Mas e depois? Onde ele vive, afinal?
De acordo com informações de Naércio de Menezes, especialista em peixes do Museu de Zoologia da USP, ao Mundo Estranho, “com o leito completamente seco, o peixe cava uma toca para se esconder dos predadores e não esturricar ao sol”. Este é o momento quando ele coloca o crânio maciço e as nadadeiras peitorais em ação e usa o corpo como broca.
A piramboia se enterra a 1 m de profundidade e se dobra em “U”, deixando sua boca na entrada do buraco para que possa engolir ar. Nesse momento, o peixe inicia seu processo de hibernação, provando que é de tudo um pouco!
“Ela desacelera o metabolismo e secreta pela pele um muco que endurece e forma um casulo, que fica parecendo uma batata. Dentro dele, o peixe se mantém hidratado. Quando as chuvas voltam e enchem o rio, ele volta ao fundo da água e reassume a respiração subaquática”, afirmou o Mundo Estranho, de acordo com informações de Menezes.
A piramboia pode viver até quatro anos nesse estágio. Surpreendeu vocês também?
Fonte: Mundo Estranho